Os resíduos de saúde não constituem uma grande porcentagem dos materiais descartados diariamente no Brasil, mas demandam atenção especial, pois possuem procedimentos específicos que devem ser realizados durante seu descarte.
Há mais de uma maneira de dar destinação a esse tipo de resíduo, sendo fundamental conhecer o que caracteriza esses materiais e o risco que apresentam para compreender a necessidade de descartá-los corretamente.
É essencial, ainda, compreender no que consiste esse tipo de lixo e de onde são provenientes, de modo a dar atenção aos resíduos gerados nos locais de onde vêm.
Neste post, falaremos sobre o que são resíduos de saúde e como descartá-lo de modo a contribuir com a preservação do meio ambiente. Confira!
O que são resíduos de saúde?
Ao pensar em resíduos de saúde, é comum que logo se pense nos materiais descartados em hospitais, clínicas e laboratórios, tendo em vista que esses locais são fortes representantes do setor de serviços da saúde.
No entanto, não é apenas em estabelecimentos como esses que pode ser produzido esse tipo de lixo.
Enquanto a Organização Mundial da Saúde menciona apenas materiais descartados em estabelecimentos de saúde, centros de pesquisa e laboratórios pertencentes à categoria, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) amplia esse conjunto.
A entidade define como resíduos de saúde todos os restos gerados em uma série de estabelecimentos e prestadores de serviços, sendo eles:
- necrotérios,
- funerárias e locais em que são realizadas atividades de embalsamamento,
- serviços de medicina legal,
- drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação,
- estabelecimentos de ensino ou pesquisa na área da saúde,
- centros de controle de zoonoses,
- empresas distribuidoras de produtos farmacêuticos,
- importadores, distribuidores, produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro,
- unidades móveis de atendimento à saúde,
- serviços de acupuntura,
- serviços de tatuagem.
Segundo as legislações estabelecidas pela ANVISA, estão incluídos ainda os serviços de saúde prestados a animais, incluídos os de assistência domiciliar e atendimento no campo, bem como laboratórios responsáveis pela análise de produtos médicos.
Como se classificam os resíduos de saúde?
Além de definir de onde são provenientes os resíduos de saúde, a RDC ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05, ambas estabelecidas pela ANVISA, também categorizam esses materiais e estabelecem cinco grupos.
A categorização é um elemento fundamental para que seja possível lidar com esses itens de forma eficaz e segura, dando a eles uma destinação adequada, que não traga riscos para o meio ambiente e a saúde humana.
Cabe ressaltar que há mais de uma maneira de descartar os resíduos de saúde, sendo fundamental compreender as consequências de sua presença na natureza para determinar qual a mais efetiva.
Conhecer a classificação desses materiais, portanto, auxilia na compreensão do impacto que geram no meio ambiente ao serem descartados incorretamente, podendo trazer riscos adicionais não gerados pelo lixo comum.
Grupo A – resíduos infectantes
No Grupo A, estão incluídos os resíduos que contam com a presença de agentes biológicos com potencial de infecção, seja por características de maior virulência, a capacidade de proliferação do organismo infectante, ou concentração do mesmo.
Exemplos dessa categoria são placas e lâminas utilizadas em laboratório, carcaças, peças anatômicas, tecidos e bolsas transfusionais contendo sangue.
Nesse sentido, carregam o risco de infectar aqueles que manipulam esses materiais, sendo fundamental descartá-los de maneira correta para evitar a contaminação de terceiros e a proliferação de agentes infecciosos no local de descarte.
Grupo B – resíduos especiais
Já o Grupo B reúne materiais que trazem riscos em função de características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, de modo semelhante à classificação dos resíduos perigosos.
Dessa maneira, quando descartados incorretamente esses resíduos podem trazer riscos graves para o meio ambiente e os seres que habitam esse espaço, incluindo aqui perigos à saúde pública e à vida humana.
Alguns exemplos são medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório ou resíduos contendo metais pesados.
Grupo C – rejeitos radioativos
Como o nome da categoria indica, o Grupo C consiste nos resíduos de saúde que apresentam um componente radioativo em quantidades superiores àquelas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Serviços de radioterapia são um exemplo de gerador desse tipo de resíduo.
Grupo D – resíduo comum
Além dos resíduos gerados pelo descarte de materiais específicos do ramo da saúde, esse ambiente continua contando com a presença de atividades cotidianas, como alimentação e limpeza.
Por isso, os resíduos comuns permanecem como parte do dia a dia de estabelecimentos que geram resíduos de saúde, incluindo itens como restos de alimentos e demais materiais descartados em setores administrativos.
Grupo E – perfurocortantes
O último grupo corresponde ao de materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, bastante comuns em procedimentos realizados no ramo da saúde e demais estabelecimentos listados pela ANVISA.
Exemplos desse tipo de resíduo são agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi e espátulas.
Qual a diferença entre resíduo de saúde e lixo hospitalar?
Ao falar sobre os resíduos gerados pelos serviços de saúde, é comum pensar no lixo hospitalar e na diferença que se estabelece entre esses dois termos.
Um primeiro ponto a ser ressaltado é a distinção entre lixo e resíduo. No dia a dia, esses termos podem ser utilizados como sinônimos em diversos contextos, mas em um meio mais técnico há distinções entre ambos.
Uma delas é a noção de que lixo corresponde a um material que deve ser descartado por não possuir mais possibilidade de utilização, ou seja, trata-se de um rejeito.
Os resíduos, por outro lado, também são restos das atividades humanas considerados inutilizáveis por seus geradores, mas podem ser reaproveitados para outros fins, a partir de procedimentos importantes como a reciclagem.
Dessa maneira, é válido ressaltar que essas expressões nem sempre serão sinônimos, mas podem funcionar como tal em contextos menos técnicos.
No caso dos resíduos de saúde e o lixo hospitalar, é importante ter em mente não apenas essa distinção, como também a fonte geradora da qual são provenientes ambas as categorias.
Enquanto o lixo hospitalar tende a corresponder aos materiais descartados em ambientes clínicos e hospitalares, os resíduos de saúde podem ser gerados em uma série de estabelecimentos, como já vimos ser estabelecido pela ANVISA.
Em ambos os casos, é fundamental que o descarte adequado seja realizado de modo a evitar riscos ambientais e perigos à saúde pública.
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