O ano era 1982. O Brasil ainda vivia a ditadura militar, mas dava os primeiros passos em direção à redemocratização, com a realização das primeiras eleições diretas gerais, exceto para presidente da república, desde o golpe de 1964. Também foi o ano de lançamento do filme ET, de Steven Spielberg, considerado um dos melhores filmes da geração e o mais relevante filme de ficção científica já criado. Foi ano de Copa do Mundo na Espanha, do time de Telê Santana encantar o mundo com Sócrates e Zico, mas acabar desclassificado para comoção dos Brasileiros. Foi o ano da tragédia com do vôo 168 da Vasp, um dos maiores desastres aéreos do país, que deixou 137 mortos. Também neste ano a Argentina invadiu as Ilhas Malvinas, guerra que terminou com a vitória dos Ingleses. O início dos anos 80 marcaram a vida de muitas pessoas, pelos acontecimentos políticos e sociais e pela verdadeira revolução que o lançamento de alguns produtos eletrônicos causaram na indústria da tecnologia, mudando comportamentos e trazendo facilidades para as pessoas, como o vídeo cassete, o walkman sony e os primeiros computadores pessoais da IBM e da Apple.

Foi neste cenário de inovações e mudanças que dois jovens empreendedores da cidade de Mogi das Cruzes resolveram investir em uma atividade sobre a qual pouco se falava naquela época: a reciclagem de embalagens.
“A gente não sabia de quase nada de reciclagem. Pegamos um a Kombi e um ajudante jogava sacos de lixo para dentro. Daí a gente abria os sacos para separar o papelão. Mas isso durou só três meses, depois compramos caminhão. Chegamos a ter 18 caminhões, mas a coleta era “na mão”, não tinha caçamba não. E essa ideia veio da inspiração no Paul Getty, que era um milionário dos Estados Unidos. Eu estava lendo a história dele, que já foi o homem mais rico do mundo, e descobri que ele começou o império vendendo sucata. E eu falei, vou começar com sucata. Eu trabalhava em uma multinacional e fui equilibrando as duas atividades enquanto deu. Propus a ideia para o Fábio Dias, que era casado com a Lucília, grande amiga de infância da minha esposa Aline Bonafé. Daí ele veio trabalhar e começamos a aventura! Montamos um “forte apache” no meio do lixão. Íamos lá todo dia, saía muito plástico e papel, foi assim que compramos os primeiros caminhões, depois disso passamos a coletar em supermercados, foi gradual. Entramos sem noção nenhuma. Fomos visitar um primo do meu irmão de criação, o Álvaro. Fomos na aparas dele. Mas ele só trabalhava com papel sulfite branco e eu pensei: isso aí não dá dinheiro! E seguimos com o papelão e o plástico.
A primeira carga foi vendida para a “Irmãos Siqueira”, de Passaquatro, Minas Gerais. Foi indicação. Liguei lá. Eles não queriam comprar, mas eu disse que o material era de muita qualidade. A carga era bonita mesmo! Não tinha nenhum fiapo de papel misturado. E aí não paramos mais. Depois de 5 anos começamos a ganhar, não era muito, mas já tínhamos nosso Pro Labore”, contou Sr. Oswaldo de Oliveira, fundador da Aparas Vila Suíça.

Não pararam mesmo. Foi assim que surgiu a primeira empresa das famílias Bonafé de Oliveira e Dias, a Aparas Vila Suíça, em Mogi das Cruzes. Hoje comandada pelo filho e nora dos primeiros sócios, a empresa foi rebatizada de Ambiental VS (as iniciais do nome original, que, não por coincidência também são as iniciais de duas palavras que definem muito bem essa história: Vitória e Sucesso.)

No início dos anos 90 foi a vez dos filhos de Sr. Oswaldo e Sr. Fábio entrarem para o ramo dos pais. Paulo Bonafé de Oliveira e Fábio Dias Filho resolveram iniciar o mesmo tipo de negócio no Vale do Paraíba. Em Jacareí, os dois amigos seguiram os passos dos pais e em poucos anos, comandavam uma das maiores empresas de gerenciamento de resíduos, coleta, transporte e comércio de materiais recicláveis do Estado de São Paulo, o Grupo Alto Tietê. Uma tragédia marca a história do Grupo Alto Tietê, o falecimento do jovem e querido sócio Paulo Bonafé, vítima de um câncer de esôfago aos 38 anos, em 2014. No mesmo ano a viúva de Paulo, a jornalista Amanda Macedo Costa Bonafé de Oliveira e seus filhos, os menores Paulo Filho e Laís Bonafé passam a integrar o quadro de sócios da empresa, iniciando uma nova fase na história do Grupo.

A necessidade de atender às novas demandas que foram surgindo levou à natural expansão dos negócios. Foi assim que nasceu a Coplavale, que atua no ramo de processamento e comércio de plásticos e, no mesmo ramo, no ano de 2021, nasce a Bonafé Indústria e Comércio de Plásticos, no município de Piracicaba, o nome foi escolhido em homenagem ao sócio falecido 7 anos antes.

Agora que você conhece a nossa história, sabe por que nossos negócios são saudáveis e prósperos. Eles se baseiam em quatro energias que motivam e sustentam a cultura humana: masculina, feminina, infantil e idosa, que se manifestam em realização, cuidado, alegria e propósito. A história das empresas se mistura à história das nossas famílias. E o que começou sendo o nosso negócio, é hoje o nosso propósito: gerar renda e dignidade para as pessoas e cuidar do nosso planeta.