Tendo em vista a grande quantidade de resíduos gerados nos mais diversos setores da indústria, é essencial conhecer melhor o funcionamento dos aterros industriais.
Esses espaços são destinados ao lixo produzido nesse segmento, em decorrência de processos produtivos, mas isso não significa que sejam a opção mais adequada para preservar o meio ambiente.
Assim como no caso dos aterros sanitários, é preciso reconhecer suas vantagens em relação a outras formas de destinação, como os lixões a céu aberto, mas também compreender que o seu sistema apresenta falhas.
Dessa maneira, esses espaços são ainda um tanto quanto controversos e é preciso entender sua complexidade para chegar a soluções mais eficientes.
Para saber mais sobre como os aterros industriais funcionam e por que eles são tema de discussões ambientais, continue a leitura!
O que são os aterros industriais?
Como o próprio nome indica, os aterros industriais são espaços destinados ao lixo produzido pelas indústrias, seja qual for o seu setor.
Eles se diferem, portanto, dos aterros controlados e sanitários. Os primeiros são aqueles em que ainda não há impermeabilização do solo, enquanto os segundos contam com sistemas mais complexos e eficientes de gerenciamento dos resíduos, mas são destinados somente aos itens reunidos pela coleta de lixo urbana.
A criação de espaços voltados para o controle do lixo industrial é uma demanda importante, uma vez que esses materiais apresentam características particulares e exigem alguns cuidados especiais.
Para garantir um controle seguro, os aterros dessa natureza devem contar com:
- impermeabilização das trincheiras,
- tratamento de afluentes e dos gases liberados pelo lixo industrial,
- sistema de drenagem das águas pluviais.
Com essa estrutura, é esperado que esses espaços sejam capazes de controlar de forma segura e satisfatória os resíduos gerados pela indústria.
Tipos de resíduos destinados a esses aterros
Os aterros industriais são classificados de acordo com o tipo de material que estão aptos a receber.
Em primeiro lugar, é preciso conhecer as classificações de resíduos estabelecidas nacionalmente pela Norma Brasileira (NBR) 10004.
De acordo com o documento, os materiais descartados podem ser divididos entre:
- Classe I – perigosos: possuem propriedades que podem prejudicar o meio ambiente e a saúde humana,
- Classe II – não perigosos: não apresentam propriedades nocivas e podem ser divididos entre não inertes (apresentam biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água) e inertes (não alteram as características físicas, químicas ou biológicas do solo e da água).
Assim, todas essas categorias de resíduos podem ser encaminhadas aos aterros industriais, quando são geradas nos processos produtivos das indústrias.
Entretanto, o local também será categorizado de acordo com o tipo de lixo que está apto a receber.
Aterros de classe I, portanto, demandam grandes cuidados, uma vez que devem receber materiais classificados como perigosos. Para isso, devem ser construídos em áreas naturalmente impermeáveis, como aquelas em que o solo possui material argiloso e baixo grau de saturação.
No caso dos aterros de classe II, são criadas duas camadas de impermeabilização, uma superior e outra inferior. Ambas as camadas são criadas a partir de uma manta sintética e do depósito de argila.
Além do sistema de impermeabilização, também é preciso garantir soluções de drenagem, tratamento de gases e de efluentes.
Dessa maneira, o sistema utilizado nesses espaços permite o recebimento de diferentes tipos de resíduos provenientes das indústrias.
Impactos dos aterros industriais no meio ambiente
Como mencionamos, esses espaços demandam uma estrutura complexa para que possam funcionar de forma adequada e segura, realizando um bom controle dos resíduos recebidos.
Assim, há casos em que a falta de um sistema bem estruturado pode causar sérios prejuízos ao meio ambiente, fazendo com que o lixo acumulado contamine o solo, lençois freáticos e o ar.
Outro ponto importante é que, para a construção dos aterros industriais, é bastante comum que seja necessário remover a vegetação de grandes áreas, prejudicando ecossistemas e causando prejuízos graves ao meio ambiente.
É por esses motivos que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) frisa a necessidade de priorizar alternativas de destinação final que promovam a reciclagem, a reutilização, a recuperação ou o aproveitamento energético dos resíduos.
Aterros industriais x Reciclagem: descubra qual a alternativa mais sustentável
Os aterros são certamente uma alternativa de destinação muito mais responsável do que os lixões a céu aberto, que ainda estão presentes em cerca de 60% dos municípios brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos Sólidos e Efluentes (Abetre).
Esses espaços contam com sistemas de controle rigorosos, que recebem o lixo gerado nas indústrias de maneira mais preparada e segura, reduzindo os impactos ambientais do seu descarte.
Por outro lado, é preciso reconhecer que não são a solução ideal para a grande quantidade de resíduos sólidos descartados no Brasil, especialmente no setor industrial, que é responsável por grandes quantidades de lixo.
A PNRS, por exemplo, dá ênfase à relevância de medidas que não apenas destinem os materiais descartados de forma mais responsável, mas que permitam sua reinserção na cadeia produtiva.
A reciclagem de resíduos sólidos é um processo que permite reaproveitar aquilo que é descartado pelas indústrias, criando novas possibilidades de produção.
Dessa maneira, o espaço dos aterros passa a ser utilizado somente quando necessário, como no caso dos materiais que não podem passar por processos de reaproveitamento.
Como descartar corretamente os resíduos industriais?
Retomando a PNRS, que entrou em vigor no Brasil no ano de 2010, é importante ter em mente que o documento institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.
Assim, é essencial que todos tomem parte em um descarte e em uma destinação mais responsáveis do lixo que geramos enquanto sociedade, seja nos ambientes domésticos, comerciais ou industriais.
Para isso, o primeiro passo é que as indústrias se responsabilizem pelo descarte adequado dos seus resíduos e contem com serviços de coleta seletiva, que serão capazes de dar a destinação mais adequada a cada material coletado.
Enquanto os itens recicláveis devem ser encaminhados às cooperativas de reciclagem, os orgânicos podem passar pelo processo de compostagem, sendo reutilizados de novas maneiras.
Nesse sentido, é essencial contar com uma empresa de confiança, que esteja comprometida com a causa ambiental e com a destinação correta dos resíduos produzidos na indústria.
Agora que você já sabe tudo sobre os aterros industriais, continue por aqui e descubra como promover a educação ambiental nas empresas!