Por que a reciclagem começa na lixeira de casa?

Quando falamos na importância da reciclagem para a preservação do meio ambiente, é preciso ter em mente que ela começa na lixeira de casa.

Embora as grandes empresas e indústrias sejam responsáveis pela maior parte do lixo gerado no mundo todo, não podemos deixar de lado a relevância do descarte realizado diariamente nas residências.

Assim, no Brasil, que é um país bastante populoso, os hábitos cotidianos das pessoas possuem um grande impacto sobre a natureza e a relação que estabelecemos com ela.

Por isso, para adotar uma postura mais sustentável, encarar os resíduos que geramos com responsabilidade e ajudar a preservar o meio ambiente, atitudes essenciais para reduzir a poluição e os efeitos do aquecimento global, é preciso começar com ações práticas, que podemos adotar no dia a dia.

Continue a leitura e entenda como podemos promover a reciclagem a partir de um descarte consciente logo na lixeira de casa!

A importância da lixeira de casa 

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) apontou que, em 2022, o Brasil produziu 81,8 milhões de toneladas de resíduos nas áreas urbanas.

Assim, a estimativa é de que cada pessoa gerou, em média, 381 kg por ano, ou seja, mais de um quilo de lixo por dia.

Esses dados são bastante preocupantes, pois apontam o alto volume de materiais descartados pela população, mas tornam-se ainda mais alarmantes quando analisamos os locais para onde esses itens foram enviados.

O levantamento aponta que 39% do lixo coletado, quase 30 milhões de toneladas, foram destinados a áreas inadequadas, como os lixões a céu aberto, que ainda são uma realidade no Brasil.

Assim, essa grande quantidade de resíduos produzida nas residências brasileiras gera uma série de impactos nocivos ao meio ambiente, pois não recebe o tratamento adequado para que os materiais possam ser reaproveitados.

É assim que percebemos a importância da lixeira de casa nesse cenário, sendo o início de todo o percurso do lixo que produzimos até a sua destinação apropriada.

Os problemas de não separar o lixo caseiro

Quando não separamos os itens descartados em nossas casas, eles são destinados de forma conjunta aos aterros sanitários ou lixões ao ar livre.

Nesses últimos, há uma série de prejuízos ao meio ambiente e à saúde pública, como a poluição do solo, da água e do ar.

Já no caso dos aterros, ainda que sejam desenvolvidos de forma mais segura e responsável, é preciso lembrar que esses espaços são projetados para receberem o lixo que não pode ser reaproveitado, ou seja, os rejeitos.

Dessa forma, ao descartar todos os materiais do nosso dia a dia de forma conjunta, enviamos todos eles para esses locais, podendo levar à poluição do meio ambiente e ao acúmulo de lixo nos aterros.

Cabe lembrar que, se a reciclagem não é praticada de forma contínua e regular, esse processo passa a ser cada vez menos viável no quesito financeiro.

As embalagens recicláveis se tornam mais caras, uma vez que a sua produção demanda diversos recursos, desde matéria-prima até a água usada para viabilizar os processos.

Assim, utilizar a lixeira de casa de forma consciente e ambientalmente responsável é um hábito capaz de fomentar o processo de reciclagem no país, tornando-o mais frequente e recorrente. 

Com hábitos simples, cada habitante pode contribuir com essa prática tão importante para a preservação do meio ambiente.

A coleta seletiva como resposta aos problemas ambientais 

Diante desse cenário, a coleta seletiva é um processo crucial.

Trata-se de um serviço que pode ser oferecido pelos próprios municípios, embora nem sempre esteja disponível, ou por empresas especializadas, com o objetivo de garantir a destinação correta aos resíduos.

Esse serviço de coleta especializado garante que cada material descartado pela população receba o destino mais apropriado.

No caso de resíduos recicláveis, por exemplo, é preciso enviá-los às cooperativas de reciclagem, onde receberão o tratamento necessário para que possam ser reinseridos na cadeia produtiva em forma de matéria-prima.

Até mesmo o lixo orgânico pode ser destinado de forma mais responsável, sendo enviado a locais onde passará por processos que promovem a sua transformação em fertilizantes, adubo ou mesmo combustíveis.

Mas, para que tudo isso aconteça, é preciso contar com uma atuação conjunta entre a população, que deve fazer a sua parte desde a lixeira de casa, o serviço de coleta seletiva e as cooperativas de reciclagem.

A partir desse tripé, é possível chegar a um processo mais sustentável e responsável no manejo dos resíduos descartados diariamente nas residências brasileiras, evitando uma série de impactos ambientais causados pelo descarte incorreto.

Descubra como iniciar a mudança na lixeira de casa 

Para introduzir hábitos mais sustentáveis na rotina, é importante ter os conhecimentos necessários para colocá-los em prática.

A coleta seletiva é um serviço de grande relevância e eficácia, mas que depende da separação prévia dos resíduos na lixeira de casa.

Dessa forma, ao dividir o seu lixo entre materiais recicláveis, orgânicos e perigosos, você permite que eles sejam enviados para seus respectivos destinos, onde passarão por uma separação mais criteriosa e pelos procedimentos necessários para serem reaproveitados.

Entenda melhor essas categorias e saiba como dividi-las na sua casa:

Resíduos recicláveis

Esses são os itens que podem ser reciclados e, assim, voltarem à cadeia produtiva na forma de matéria-prima.

Vidro, metal, papel e plástico são os principais materiais dessa categoria e estão presentes na rotina de toda a população.

Alguns exemplos de resíduos recicláveis comuns nas casas brasileiras são:

• caixas de leite,
• caixas de papelão,
• garrafas de vidro,
• latas de alumínio,
• embalagens feitas de plástico.

Ao descartá-los, lembre-se de higienizá-los e garantir que não haja vestígios de bebidas ou alimentos.

Orgânicos

Os orgânicos, por outro lado, são os resíduos compostos por restos de alimentos e plantas, ou seja, compostos por matéria orgânica.

Nesse caso, não passarão pelo processo de reciclagem, mas também podem ser reaproveitados a partir de métodos como a compostagem, que transforma esses materiais em fertilizantes e adubos, ou mesmo por técnicas que permitem sua transformação em biocombustíveis.

Perigosos 

Por fim, lembre-se de tomar cuidado com a categoria de resíduos perigosos, assim classificada por apresentarem características de inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, reatividade ou patogenicidade.

Um exemplo bastante comum é a lâmpada fluorescente, que possui mercúrio altamente poluente. Além disso, pilhas, baterias e eletrônicos também podem conter metais pesados que contaminam o meio ambiente.

Nesse caso, é preciso encontrar um ponto de coleta para realizar um descarte adequado e seguro.

Agora que você já tem tudo de que precisa para fazer a sua parte pelo meio ambiente, começando pela lixeira de casa, continue por aqui e conheça 10 documentários sobre sustentabilidade para repensar a nossa relação com o planeta!