Uma má gestão de resíduos sólidos pode trazer uma série de consequências ambientais negativas, afetando o ar que respiramos e a água que utilizamos em nosso dia a dia.
No Brasil, que conta com grandes quantidades de água doce, apenas 10% dos rios apresentam água em boas condições, de acordo com um estudo realizado pela organização SOS Mata Atlântica.
Esse é um cenário extremamente preocupante e que aponta para a necessidade de encontrar soluções que permitam a manutenção desse recurso natural tão importante para a vida no planeta Terra.
Para saber como os resíduos sólidos podem impactar a água, continue a leitura!
Tipos de resíduos existentes
Os resíduos sólidos estão presentes no dia a dia de todos, desde a casa do cidadão até as grandes fábricas, nas quais são produzidos itens que consumimos diariamente.
No entanto, é interessante notar a proporção em que encontramos o lixo em cada um desses ambientes.
Embora o consumo exacerbado incentivado todos os dias por nossa sociedade possa gerar uma grande quantidade de resíduos e rejeitos, é nas empresas e indústrias que podemos observar uma maior concentração desses materiais.
Esse é um dos fatores que levou à criação de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, uma legislação que busca regulamentar a maneira como lidamos com o lixo que produzimos.
Nesse sentido, a lei não apenas responsabiliza instituições e empresas pelos materiais que descartam durante seus processos produtivos, como também auxiliam na sua classificação, promovendo uma gestão mais eficiente e que leve em conta as particularidades de cada tipo de resíduo.
Embora seja possível encontrar diversas classificações, como aquela que determina as cores da coleta seletiva, por exemplo, podemos dividir os resíduos sólidos, de modo geral, em três grupos: municipais, hospitalares e industriais.
O primeiro grupo corresponde aos itens descartados em ambientes urbanos ou rurais, seja em residências, comércios ou áreas públicas.
O lixo hospitalar é aquele gerado em estabelecimentos da área da saúde e costuma incluir itens classificados como resíduos perigosos, pois podem transmitir doenças ou gerar reações químicas, o que gera a demanda de um tratamento adequado a essas condições.
Por fim, o lixo industrial é aquele gerado nas fábricas em decorrência de processos produtivos.
Quais os impactos dos resíduos sólidos na água?
Todos os tipos de resíduos sólidos podem trazer prejuízos ao meio ambiente quando não são devidamente descartados.
No Brasil, embora existam diversas medidas criadas para combater esse cenário, ainda existem cerca de 3 mil lixões, que reúnem quantidades exorbitantes de lixo, responsáveis pela emissão de 27 milhões de toneladas de CO₂ ao ano.
Além dos danos causados à atmosfera, os lixões são também um perigo para a concentração de água nos rios e nos lençóis freáticos.
Sem o devido preparo do local, os resíduos sólidos entram em processo de decomposição e as reações químicas que ocorrem liberam o chorume, uma substância líquida de odor forte e coloração escura, que polui o solo e a água.
Além disso, resíduos perigosos podem estar em meio a esses materiais e liberar substâncias químicas nocivas à saúde humana, assim como às plantas e aos animais.
Para além da problemática envolvendo os lixões, também é importante lembrar que o lixo descartado incorretamente pode ser levado a rios e mares por meio das chuvas.
Esse também é um ponto de grande preocupação de diversos estudiosos, uma vez que o acúmulo de resíduos sólidos no meio urbano pode ser responsável por alagamentos e enchentes.
Ao entrar em contato com a água dos rios e de lençóis freáticos, as substâncias liberadas pelo lixo podem prejudicar a vida de todos os seres que vivem no ambiente aquático, trazendo ainda mais danos para o meio ambiente.
Além disso, trata-se também de um problema de saúde pública, uma vez que dependemos desse recurso natural para a nossa sobrevivência e uma série de atividades cotidianas.
Além disso, é importante ter em mente que, mesmo quando esse contato não ocorre, perder a oportunidade de colocar a reciclagem em prática também é prejudicial à água.
Grandes quantidades desse recurso são empregadas em processos produtivos e uma maneira de reduzir esse gasto é a reciclagem dos resíduos, de modo que os materiais descartados possam retornar às indústrias na forma de matéria-prima para novos produtos.
Como reduzir o consumo?
Sabemos também que o gasto exacerbado de água é um problema de grande relevância para o cenário atual do nosso planeta.
Por esse motivo, é muito comum ver na televisão, na internet e em diversos canais de comunicação, campanhas voltadas para a redução do consumo de água no dia a dia da população.
Ações como banhos mais curtos, não deixar a torneira ligada, lavar calçadas e carros sem utilizar a mangueira e captar a água da chuva são alguns exemplos de atitudes que costumam ser recomendadas nesse tipo de campanha.
No entanto, é importante repensarmos também nosso papel como consumidores no mercado, preferindo apoiar marcas que tenham um compromisso com o meio ambiente e apliquem o processo de reciclagem ao gerenciamento dos seus resíduos sólidos.
Por meio de mudanças como essa, é possível adotar um dia a dia mais sustentável e incentivar empresas a repensarem seus modos de produção como um todo.
Opte pela reciclagem!
Para garantir um descarte de resíduos responsável e eficiente, a reciclagem é sempre a melhor opção.
Por meio do processo, é possível não apenas evitar que o lixo provoque a poluição do meio ambiente, mas proteger os recursos naturais e garantir que os materiais descartados recebam novos usos a partir de um tratamento adequado.
Assim, a reciclagem é de extrema importância para a manutenção da natureza e também da água, pois impede que seja contaminada pelo contato com o lixo.
Desse modo, empresas e instituições devem estar atentas ao tratamento destinado aos seus resíduos, de modo a garantir que todos os materiais passíveis de reutilização sejam encaminhados a esse processo.
Essa é uma vantagem que beneficia o meio ambiente, a população e até mesmo a indústria, por meio de processos produtivos mais econômicos e do cumprimento da legislação referente ao gerenciamento de resíduos.
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