Ações humanas, como a produção de resíduos sólidos, geram graves impactos ambientais, por isso há medidas que devem ser adotadas com urgência, como é o caso da reciclagem de plástico.
Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo composto por esse material, com 11,3 milhões de toneladas deste resíduo sendo geradas e apenas 1,28% sendo efetivamente reciclado.
Essas são informações alarmantes e que apontam a necessidade de mudanças em diversas áreas da vida em sociedade, incluindo o reaproveitamento desse material.
Neste post, reunimos tudo que você precisa saber sobre como se dá a reciclagem de plástico. Confira!
Quais os tipos de plástico?
O material, que hoje é amplamente utilizado na fabricação de embalagens que fazem parte do nosso dia a dia, já é produzido há bastante tempo.
No ano de 1907, o químico Leo Baekeland encontrou um substituto para os produtos mais utilizados na época, dando origem a uma ampla aplicação do plástico, que dura até os dias atuais.
Contudo, o material produzido na época já não é o mesmo que conhecemos hoje, visto que ocorreram muitas mudanças em sua composição e foram desenvolvidos novos processos de fabricação.
O produto antigo era mais rígido e menos resistente, além de ser também mais pesado que os atuais.
Hoje, há uma diversidade maior de tipos, que serão utilizados de acordo com as características necessárias para determinada finalidade. A Norma Brasileira (NBR) 13.230:2008 distingue sete categorias.
A primeira delas corresponde ao polietileno tereftalato, mais conhecido como PET, utilizado principalmente na fabricação de garrafas.
Em seguida, temos o polietileno de alta densidade (PEAD), comum na produção de baldes, autopeças e engradados de bebidas.
Há também o polietileno de baixa densidade (PEBD), que é bastante versátil. Algumas de suas aplicações incluem sacos de plástico, tabuleiros, peças de computador, equipamentos de laboratório e de parques infantis.
O cloreto de polivinila (PVC) também é bastante conhecido, por compor grande parte dos tubos e canos, mas também pode ser utilizado na fabricação de garrafas.
O polipropileno (PP) compõe embalagens de biscoitos, salgadinhos e potes como os de manteiga.
Já o poliestireno (PS) é mais comum entre fabricantes de eletrodomésticos e copos descartáveis.
Os demais tipos de plástico que podem ser encontrados costumam ser reunidos em uma categoria geral como “outros”.
O tempo de decomposição do plástico na natureza é uma das grandes preocupações de muitos ambientalistas, visto que mesmo se forem encaminhados aos aterros sanitários, alguns tipos do material precisarão de muitos anos para se decomporem.
O PET, por exemplo, que é bastante utilizado e faz-se constantemente presente no nosso dia a dia, pode levar até 600 anos para completar o processo.
Cada um desses materiais apresenta especificidades em sua composição, que são responsáveis por determinar qual será sua finalidade. No entanto, a reciclagem de plástico é o destino ideal de todas as categorias.
Como funciona o processo de reciclagem de plástico?
A reciclagem de plástico tem um início semelhante a de outros materiais. De forma geral, para começar o processo de reaproveitamento, é preciso primeiro separar o lixo.
Com a popularização da coleta seletiva, a divisão inicial entre resíduos sólidos recicláveis e não recicláveis já se tornou uma prática comum em muitos ambientes.
No entanto, ao chegar a uma cooperativa de reciclagem, os materiais devem passar por uma nova seleção e divisão, dessa vez de forma mais criteriosa, para que sejam agrupados conforme as particularidades de sua composição.
Essa etapa antecede o processo de reaproveitamento do plástico em si, que pode ser realizado de mais de uma maneira.
O objetivo final sempre é alcançar a transformação do material, estágio em que se dá efetivamente o reaproveitamento, dando origem a um novo produto.
Reciclagem química
Nesse tipo de reciclagem, os materiais previamente separados são transformados através de uma reação química ou térmica de despolimerização.
Esse procedimento é bastante útil quando aplicado a plásticos que resultam de misturas, uma vez que as reações aplicadas geram a separação das moléculas que os compõem.
Dessa maneira, mesmo com a presença de contaminantes como tinta ou papel, é possível restaurar o material e prepará-lo para que seja utilizado na fabricação de novos produtos.
A reciclagem química é um procedimento mais comum nas refinarias e nas centrais petroquímicas do que nas demais indústrias.
Reciclagem mecânica
Essa é a maneira mais comum de realizar o processo de reciclagem de plástico.
De forma geral, podemos dizer que o procedimento consiste na transformação de itens descartados em grânulos, os quais serão reaproveitados na fabricação de novos produtos.
Como sempre, o início se dá na separação dos resíduos conforme sua composição. Em seguida, eles são direcionados a um moinho, onde ocorre a etapa de moagem dos itens.
O estágio seguinte é a limpeza desses fragmentos, que são lavados com o uso de água e outros aditivos que auxiliam na descontaminação. Em seguida, eles passam por uma secagem com ar quente.
A etapa que finaliza o processo é a extrusão, quando os fragmentos do material são derretidos e moldados em “espaguetes”, que depois são picados e enviados para a sua comercialização.
Reciclagem energética
A reciclagem química e a mecânica são responsáveis por transformar resíduos plásticos em matéria-prima das indústrias, para a fabricação de novos itens.
A energética, por outro lado, aplica processos térmicos que resgatam a energia contida nesse material, fazendo com que desempenhe o papel de combustível.
Um ponto negativo dessa prática é que é necessário um volume muito grande de plástico para que a energia seja gerada.
De forma geral, podemos concluir que há alternativas muito mais sustentáveis para o descarte desse tipo de item, que pode ser reaproveitado de diversas formas.
Assim, é possível diminuir o impacto ambiental gerado pela produção de resíduos sólidos das indústrias e também contribuir para a criação de uma economia circular.
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