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Entenda a lei de incentivo à reciclagem

A Lei de Incentivo à reciclagem é um marco fundamental na promoção da sustentabilidade e na valorização da economia circular no Brasil.

Segundo o Panorama de Resíduos Sólidos Urbanos 2024, publicado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o Brasil gera cerca de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) por ano.

No entanto, apenas 8,3% desse total são reciclados, um índice ainda distante da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que tinha como meta a recuperação de 13,8% até 2024 e prevê 48,1% até 2040.

Ainda segundo a Abrema, os catadores são responsáveis por cerca de 90% do lixo reciclado no Brasil, os demais derivam da coleta seletiva pública e iniciativas privadas de gerenciamento do lixo.

Diante de uma imensa diversidade de materiais descartados incorretamente todos os dias e inúmeros impactos ambientais devido ao excesso de consumo, a lei de incentivo à reciclagem surge como uma ferramenta estratégica para:

  • incentivar a reciclagem, 
  • fortalecer as cooperativas,
  • estimular a economia circular,
  • engajar empresas e cidadãos na promoção de práticas mais conscientes.

Por isso, continue a leitura e descubra como funciona essa legislação, quais incentivos e benefícios ela traz e quais são os desafios enfrentados para a sua implementação.

A lei de incentivo à reciclagem

A Lei nº 14.260/2021, que recebeu o nome de Lei de Incentivo à Reciclagem, é uma iniciativa do governo brasileiro que visa fortalecer a cadeia da reciclagem por meio de incentivos fiscais. 

Promulgada em 2021 e regulamentada em 2024, a sua implementação pretende incentivar projetos que promovam a economia circular, reduzam a geração de resíduos e ampliem o uso de materiais recicláveis e reciclados.

A legislação visa também valorizar, apoiar e integrar os catadores e suas cooperativas ao sistema formal de reciclagem.

Adicionalmente, foram estabelecidos mecanismos como o Favorecicle (Fundo de Apoio para Ações Voltadas à Reciclagem) e o ProRecicle (Fundos de Investimentos para Projetos de Reciclagem), que tornam possível o financiamento de ações sustentáveis.

Em síntese, o propósito governamental é fomentar as indústrias e organizações voltadas à reutilização, tratamento e reciclagem de resíduos sólidos gerados em território nacional.

Conheça aqui: Os 7 pilares da sustentabilidade.

Como a lei de incentivo à reciclagem funciona na prática?

A Lei de incentivo à reciclagem foi inspirada nos modelos da Lei Rouanet (voltada à cultura) e da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, ambas usam benefícios fiscais para estimular investimentos em áreas de interesse público.

Especialmente a Lei nº 14.260/2021 (de incentivo à reciclagem) permite que pessoas físicas e também empresas com base no lucro real possam deduzir parte do imposto de renda ao incentivarem projetos voltados à reciclagem e ao aproveitamento de materiais.

Os projetos precisam ser previamente aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Nesse caso:

  • pessoas físicas podem deduzir até 6% do IR devido,
  • pessoas jurídicas, 1%.

É importante ressaltar que a legislação prioriza aqueles que trabalham diretamente com reciclagem, tratamento de resíduos e educação ambiental. Dentre os projetos que podem receber incentivos fiscais do governo, incluem-se:

  • capacitação de cooperativas,
  • aquisição de equipamentos,
  • desenvolvimento de tecnologias,
  • educação ambiental,
  • infraestrutura para triagem e coleta seletiva.

Benefícios econômicos e ambientais da lei 

Muito além dos incentivos fiscais que permitem deduções no Imposto de Renda devido, tanto de pessoas físicas como as empresas enquadradas no regime de lucro real, a legislação também oferece benefícios econômicos e ambientais.

Economicamente, a lei impulsiona a criação de empregos em toda a cadeia de reciclagem, desde a coleta até a transformação dos materiais em novos produtos.

Segundo publicação no Valor Econômico (Globo), a economia circular pode gerar 7 milhões de novos empregos no Brasil até 2030, conforme estimativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

A nova legislação incentiva a participação de cooperativas de catadores, contribuindo para a inclusão social e a geração de renda para essa parcela da população.

Busca-se também fomentar a reutilização e a conversão de resíduos em novos produtos, impulsionando a economia circular. Consequentemente, isso acarreta uma diminuição nos gastos empresariais, dado que a utilização de materiais reciclados é mais vantajosa economicamente do que o emprego de matérias-primas virgens.

Entre os benefícios ambientais, pode-se citar:

  • redução no volume de resíduos sólidos gerados,
  • diminuição do descarte inadequado e da poluição, 
  • economia energética,
  • preservação dos recursos naturais, ao reduzir a necessidade de extração de matérias-primas da natureza 

Junto à regulamentação da lei de incentivo à reciclagem, o governo também anunciou um pacote de R$ 425 milhões voltado ao fortalecimento do trabalho de cerca de 800 catadores e catadoras de materiais recicláveis em atividade atualmente no Brasil. 

Entre as ações mais importantes está a retomada do programa Cataforte, com um investimento de R$ 103,6 milhões. O objetivo é estruturar cooperativas e associações de catadores em todo o Brasil.

Confira: 10 motivos para ser grato aos profissionais da reciclagem.

Desafios e limitações da implementação da lei de incentivo à reciclagem 

Apesar dos avanços, a lei de incentivo à reciclagem enfrenta obstáculos, como:

  • baixo nível de conscientização da população,
  • complexidade tributária e burocracia que dificultam a operação de cooperativas e empresas recicladoras,
  • infraestrutura limitada para coleta e triagem de resíduos, afinal, muitas cidades ainda não possuem coleta seletiva eficiente ou centros de triagem adequados,
  • falta de articulação entre municípios, empresas e população.

Somente com a implantação de políticas públicas integradas e maior engajamento do setor privado se tornará possível vencer os limites e romper as barreiras para a implementação da lei.

O futuro da lei de incentivo à reciclagem e sua evolução

A Lei de Incentivo à Reciclagem surge como um marco para impulsionar o setor. Porém, ainda tem muito a evoluir e um longo trajeto para percorrer.

E para que a sua implementação se torne mais eficiente e acessível, visando aumentar a adesão de empresas e da sociedade, algumas evoluções são esperadas, como, por exemplo:

  • expansão dos tipos de projetos contemplados,
  • desburocratização dos processos de adesão,
  • aumento da conscientização sobre seus benefícios,
  • maior visibilidade para iniciativas certificadas,
  • inclusão de novas tecnologias e indicadores de impacto.

O fato é que empresas e cidadãos são protagonistas na construção de um futuro mais sustentável e com aprimoramentos contínuos, juntos faremos a diferença na história da reciclagem do Brasil, no fortalecimento da economia circular e na preservação do planeta.

Continue acompanhando o nosso blog e fique sempre atualizado sobre o universo da reciclagem.

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