Os materiais recicláveis estão em alta em todo o mundo, isso porque essa é uma das melhores soluções disponíveis para que se possa proteger a natureza e possibilitar qualidade de vida para as gerações futuras.
Reciclar é reaproveitar os resíduos que foram descartados, possibilitando que possam retornar à indústria como matéria-prima de novos produtos.
De acordo com os dados de 2024 levantados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Brasil reciclou apenas 4,5% do total de resíduos sólidos urbanos gerados.
Houve uma pequena melhora com relação ao ano de 2023, quando foram reciclados 4,3%.
No entanto, estamos distantes da meta estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), quando a previsão para 2025 aponta para um índice de 20% de reciclagem, um número que certamente não será alcançado.
Por outro lado, nosso país ocupa a primeira posição do ranking mundial, já que em 2022 alcançamos 100% na reciclagem de latas de alumínio.
Essa informação vem do Recicla Latas, uma entidade voltada a aperfeiçoar e melhorar cada vez mais as ações realizadas nesse segmento no Brasil.
Diante desse quadro, fica demonstrada nossa capacidade em lidar com resíduos. Devemos replicar o sucesso das latas de alumínio em outros materiais que, em grande parte, são destinados aos aterros sanitários ou para os conhecidos lixões.
Neste post, apresentaremos detalhes a esse respeito e respondemos ao questionamento sobre a existência de materiais 100% recicláveis. Será que eles existem? Continue a leitura e confira!
O que são materiais 100% recicláveis?
Os materiais 100% recicláveis existem e são aqueles que podem ser utilizados como matéria-prima para o desenvolvimento de um novo produto, uma vez que não perdem suas propriedades.
Para que isso possa acontecer, é fundamental que o material mantenha a sua pureza, portanto, não pode conter nenhum tipo de resíduo.
Isso significa que se daqui a 100 esse material for encontrado em algum ambiente, e ele se mostrar em condições perfeitas no que se refere às suas propriedades, poderá sofrer o processo de reciclagem e voltar ao chão de fábrica como matéria-prima.
São poucos os materiais que oferecem essa característica, uma vez que é comum que venham a se desgastar com o passar do tempo, uma situação que acaba se refletindo na qualidade do produto a ser gerado, porém, dois deles merecem a sua atenção:
Alumínio: um dos materiais mais reciclados
Como vimos, o Brasil ocupa a primeira posição na reciclagem de alumínio em todo o mundo, com grande destaque para as latas de bebidas que são reencaminhadas aos processos de produção, um exemplo a ser seguido por outros países.
Para se ter ideia da eficiência desse processo em nosso país, o ciclo de vida útil de uma lata de alumínio é de 60 dias.
Nesse período, essa lata foi:
- fabricada,
- comercializada,
- consumida,
- reciclada.
Para cada tonelada de alumínio reciclado, evita-se a extração de 5 toneladas de bauxita, a matéria-prima utilizada na fabricação desse material, ocorrendo uma redução de 95% no consumo de energia e nas emissões de CO₂.
É importante lembrar que esse material pode ser reciclado infinitamente sem que ocorra qualquer perda em sua qualidade, portanto, é um processo que apresenta excelentes resultados em todos os sentidos.
Vidro: a reciclagem infinita
O segundo produto dentre os recicláveis infinitos é o vidro.
Encontrado em todos os lugares, esse material, mesmo que quebrado, transforma-se em 100% de vidro novo.
Feito de areia e calcário, trata-se de um material simples que pode retornar aos processos produtivos, assegurando a mesma qualidade de um produto fabricado a partir de materiais virgens.
É uma excelente opção no que se refere a embalagens, uma vez que ele pode ser derretido e reprocessado sem sofrer qualquer mudança em suas propriedades, uma situação diferente do plástico que sofre um processo de decomposição de seus polímeros.
Outra informação interessante é que para 1 tonelada de vidro reciclado, economiza-se 1 tonelada de matéria-prima virgem.
Diante disso, obtêm-se os seguintes índices em termos de economia:
-
- energia – 32%,
- água – 50%,
- poluição atmosférica – 20%.
Uma ótima notícia é que, de acordo com a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), nosso país conseguiu bater a meta de reciclagem de 25% das embalagens de vidro.
Esse é mais um produto que vem colaborando com o que é conhecido como economia circular, ou seja, materiais que atendem as necessidades do mercado e retornam para se transformarem em novos produtos.
Ciclo de vida dos materiais 100% recicláveis
Como se observa e conforme destacamos anteriormente, o ciclo de vida dos materiais 100% recicláveis é curto, uma vez que após o seu consumo ele pode, de maneira rápida, transformar-se em um novo produto.
De uma maneira geral, esse ciclo se inicia a partir da coleta seletiva, ou seja, é fundamental que os materiais a serem processados sejam separados daqueles que terão um outro destino.
Portanto, o ideal é que esses resíduos sejam alocados em locais apropriados conforme a sua composição, tais como:
- alumínio,
- vidro,
- papel,
- plástico, etc.
Após a coleta, os resíduos passam por um processo conhecido como triagem e limpeza, onde serão preparados para poderem sofrer a continuidade da industrialização.
Chega-se então ao processamento, quando o material poderá ser moído, triturado ou transformado de acordo com as necessidades da empresa que estará recebendo os produtos.
Transformados em matéria-prima, ocorre a preparação da própria indústria e o reprocessamento, ou seja, a sua transformação em um novo produto.
Por fim, o item está pronto para ser realocado, portanto, transformando-se em uma garrafa, lata ou qualquer outro produto que possa contribuir com as necessidades do consumidor, diminuindo o consumo de materiais virgens e colaborando de maneira efetiva com a sustentabilidade do planeta.
Como descartá-los corretamente?
O grande segredo para o sucesso do descarte correto dos resíduos está na separação dos materiais.
Tanto em uma casa ou condomínio como também em uma indústria ou empresas que atuam no setor comercial, é de fundamental importância que seja evitado misturar os três tipos de resíduos que serão descartados:
- recicláveis,
- orgânicos,
- não recicláveis.
Os primeiros deverão ter por destino as cooperativas ou empresas especializadas, portanto, precisam passar por um processo que permita o aproveitamento de todo o material a ser descartado.
Já os orgânicos podem se transformar em adubo natural através do processo de compostagem, mas também podem seguir outro destino adequado, como, por exemplo, um aterro sanitário.
Por fim, os não recicláveis podem ser transformados em material para a queima e geração de energia ou receber os devidos cuidados para serem acondicionados de maneira a evitar problemas junto ao meio ambiente.
Agora que você conhece mais sobre os materiais 100% recicláveis, vale a pena acompanhar a jornada de uma garrafa de plástico: do descarte à transformação em algo novo!