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Embalagens multimateriais: desafios e inovações na reciclagem

Por muito tempo, o descarte de embalagens multimateriais foi uma necessidade, dada a inviabilidade dos processos de separação de seus componentes.

Alguns exemplos de embalagens que possuem essas características são:

  • cartonadas,
  • flexíveis para salgadinhos,
  • café a vácuo,
  • iogurtes, requeijão e margarinas,
  • misturas de bolo,
  • leite em pó,
  • cartelas de medicamento, etc.

Esses produtos podem conter diversos materiais, como papel, alumínio, polietileno, plástico, ráfia, etc.

A opção por essa combinação de materiais ocorre visando garantir uma melhor proteção dos seus conteúdos, resistência a rasgos e impactos e até mesmo objetivando apresentar uma combinação estética agradável aos consumidores.

O grande problema dessa combinação de materiais está exatamente no reaproveitamento, quando eles poderiam ser reutilizados através dos processos de reciclagem.

Acontece que a separação desses materiais é complexa, portanto, a imensa maioria dessas embalagens multimateriais acabam sendo descartadas nos aterros sanitários ou nos lixões, uma condição que pode ser evitada.

Neste artigo, exploraremos os desafios e as inovações na reciclagem que já estão em prática para transformar essa realidade. Prossiga com a leitura para obter mais informações.

O que são embalagens multimateriais?

Embalagens multimateriais são invólucros de produtos que combinam diferentes tipos de matérias-primas em sua composição.

No caso de medicamentos, por exemplo, os materiais utilizados para envolver os remédios precisam ser aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são compostos por:

  • plástico,
  • alumínio,
  • papel.

É comum que esses três materiais componham a mesma embalagem. Quando essas cartelas são enviadas para cooperativas ou empresas de reciclagem, frequentemente são descartadas devido à impossibilidade de separar suas matérias-primas.

Mas lembre, o destino de cada um desses materiais precisa ser diferenciado.

Você pode estar se questionando se o esforço para resolver essa situação se justifica, considerando que, na maioria dos casos, são pequenas embalagens que trariam pouco retorno financeiro às indústrias.

Acontece que apenas no ano de 2024, de acordo com dados da PróGenéricos e da IQVIA, foram comercializadas no Brasil, somente em medicamentos genéricos, 5,77 bilhões de embalagens.

Considerando esses dados, o retorno ambiental é inquestionável. É fundamental recordar que o mesmo se aplica a outras embalagens multimateriais, o que representa um volume gigantesco de materiais passíveis de reciclagem.

Desafios na reciclagem das embalagens multimateriais

Ciente de todas essas informações, vamos conhecer os principais desafios que envolvem a reciclagem dessas embalagens:

Dificuldade na separação dos materiais 

Como vimos, para que se possa realizar a reciclagem das embalagens multimateriais é fundamental ocorrer a separação das matérias-primas utilizadas nesses produtos.

Acontece que o nível de dificuldade para essa ação é muito grande, uma vez que geralmente não há como realizar essa tarefa manualmente, por isso é um grande desafio para o que é conhecido como economia circular.

Falta de infraestrutura adequada 

De acordo com informações apresentadas no Anuário de Reciclagem de 2024, nosso país conta atualmente com mais de 3 mil cooperativas de catadores de resíduos, onde aproximadamente 70 mil trabalhadores atuam na formalidade.

No entanto, essas cooperativas não possuem ferramentas e tecnologias disponíveis para tratar das embalagens multimateriais, portanto, a imensa maioria desses produtos acabam sendo descartados e não retornam ao setor produtivo.

Tecnologia de reciclagem limitada 

A tecnologia disponível hoje nas cooperativas e empresas especializadas em reciclagem são voltadas a alguns processos que facilitam as operações, tais como:

  • prensas,
  • balanças,
  • esteiras de triagem,
  • mesas vibratórias,
  • misturadores,
  • moinhos,
  • empilhadeiras,
  • veículos para transporte.

Embora todos esses equipamentos agilizem as operações e viabilizem os processos, até o momento não havia métodos eficientes para a separação eficaz de embalagens multimateriais.

Baixo valor de mercado dos materiais reciclados 

Outro fator que acaba causando um baixo nível de reaproveitamento desses materiais está nos valores pagos pelo mercado sobre alguns reciclados.

Enquanto o cobre, aço e alumínio são considerados materiais nobres nos processos recicláveis, o papel, papelão e mesmo as embalagens multimateriais não recebem a valorização necessária para tornar viável economicamente os esforços dos trabalhadores do setor.

Isso leva a uma diminuição do interesse em todas as etapas desse processo. Ele começa com os recicladores que buscam materiais vendáveis pelas ruas do país e se estende até a comercialização dos produtos já processados para as cadeias produtivas.

Falta de conscientização do consumidor 

Por fim, a ausência de conscientização por parte dos consumidores e da sociedade em geral representa um dos maiores desafios para a reciclagem de embalagens multimateriais e outros produtos.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha demonstrou que 1 em cada 3 brasileiros não separa os resíduos recicláveis em sua casa, mesmo residindo em locais onde existe a coleta seletiva.

Infelizmente, essa situação está condicionada a fatores que precisam ser trabalhados junto aos brasileiros, como, por exemplo:

  • desconhecimento sobre o assunto,
  • comodismo,
  • falta de tempo,
  • desestímulo por falta de resultados visíveis.

Mesmo diante de todos esses desafios, é importante ressaltar que os avanços estão ocorrendo. Segundo a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), a reciclagem em nosso país atingiu 8,3% em 2024.

No ano de 2022 esse índice era de 4%, portanto, dobramos o volume no país em dois anos, no entanto, o número continua muito distante do necessário, por isso é fundamental que governo, empresas e população trabalhem para alcançar o futuro sustentável.

Inovações tecnológicas para a reciclagem de embalagens multimateriais 

No que se refere às embalagens multimateriais, as inovações tecnológicas já estão disponíveis e certamente estaremos conquistando resultados cada vez melhores a partir dessa realidade.

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) anunciou no final de 2024 o desenvolvimento de uma tecnologia que recebeu o nome de ReAL (Recycling Aluminium), que separa o alumínio e os polímeros das embalagens flexíveis e cartonadas que servem para acondicionar alimentos, bebidas, cosméticos, medicamentos e outros produtos.

Já está em atividade uma planta instalada na fábrica da CBA que realiza a reciclagem de 1,3 bilhão de embalagens por ano e, o que é melhor, ela pode ser ampliada conforme o crescimento das taxas de coletas.

Como se observa, é preciso investimentos em conscientização e tecnologia, possibilitando que as embalagens multimateriais possam ser recicladas e que esses avanços contribuam com as taxas desse setor em todo o Brasil.

Agora que você conhece mais a esse respeito, vale a pena continuar acompanhando o nosso blog e conferindo outros temas importantes do mundo da reciclagem!

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