A gamificação surge como uma abordagem inteligente e divertida para engajar os alunos na conscientização sobre a preservação ambiental e os desafios contemporâneos relacionados a essa pauta.
Essa abordagem visa infundir a emoção dos jogos na educação ambiental, permitindo que os alunos compreendam os aspectos positivos e negativos do tema através de um sistema de recompensas e consequências.
Talvez você não saiba disso, mas, segundo uma pesquisa realizada pela NewZoo, nosso país é considerado o maior mercado de games da América Latina.
De acordo com os dados, 75% da população brasileira é adepta a jogos digitais nos seus momentos de lazer, portanto, esse é um índice que demonstra a força desse entretenimento no Brasil.
Também vale lembrar que esse interesse vai muito além dos games eletrônicos, onde as brincadeiras, jogos de tabuleiros, montagens de maquetes e todo tipo de entretenimento são grandes aliados da educação.
Neste post, apresentaremos o caminho inovador da gamificação para a educação ambiental. Continue a leitura e confira detalhes a esse respeito!
O que é gamificação?
Essa prática consiste na utilização de todos os elementos encontrados em jogos nas diversas situações que não se restringem a diversão e entretenimento.
Bons exemplos disso são encontrados na:
- educação,
- marketing,
- treinamento corporativo,
- eventos promocionais, etc.
A gamificação pode ser aplicada tanto em jogos eletrônicos quanto em outras atividades que contemplem elementos como competição, conquistas e recompensas por metas atingidas.
Com relação à educação ambiental, trata-se de uma estratégia adotada para que o aluno possa se engajar na busca pelo conhecimento e em ações que contribuam com a proteção da natureza, no entanto, utilizando um modelo que seja divertido e apresente conteúdos relevantes sobre o assunto.
Conforme o estudo “The effect of challenge-based gamification on learning”, publicado na National Library of Medicine, 89,45% dos alunos submetidos a processos de gamificação aumentaram o seu desempenho quando comparados àqueles que receberam o método tradicional de aprendizado.
Isso significa que a diversão e a educação devem caminhar juntas, uma vez que se trata de um formato muito interessante para que os participantes das mais diversas atividades voltadas ao treinamento e ensino conquistem os resultados desejados.
Desafios da educação ambiental
A educação enfrenta inúmeros desafios, especialmente em um período em que a reversão do cenário ambiental e climático atingiu um ponto crítico. Apesar da urgência, a conscientização sobre essa realidade ainda é precária.
Segundo o indiano Vijay Prashad, diretor-geral do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, estamos consumindo os recursos naturais 75% mais rápido do que a natureza consegue regenerar a cada ano.
De acordo com Prashad, um cidadão norte-americano precisaria hoje de 5 planetas Terra para atender a sua demanda de consumo.
Um habitante da União Europeia precisaria de 3 planetas para sustentar seu estilo de vida, um indiano consome o equivalente a 0,8 planetas, e um cidadão do Iêmen utiliza apenas 0,3.
Esses dados indicam um consumo excessivo nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus. Em contraste, a Índia demonstra equilíbrio, enquanto o Iêmen está significativamente aquém de suprir suas necessidades.
É essencial que a educação ambiental aborde urgentemente a questão do equilíbrio com jovens e crianças. Caso contrário, continuaremos a trilhar um caminho em direção ao caos.
Benefícios da gamificação na educação ambiental
Quando o assunto envolve a gamificação na educação, as esperanças de um mundo melhor voltam a ganhar força, uma vez que esse método atinge os objetivos e o planeta só conseguirá reverter o atual quadro a partir das ações dos seus habitantes.
Portanto, os jovens e crianças precisam entender o atual momento em que estamos vivendo e, a partir de informações, levar o recado a todos os seus familiares sobre as necessidades de protegermos o meio ambiente.
Essa prática na educação ambiental apresenta os seguintes benefícios que merecem ser conhecidos e avaliados pelos responsáveis desse setor:
Engajamento e motivação dos alunos
Conforme demonstrado anteriormente, a gamificação aplicada à educação eleva os índices de engajamento e desempenho em 89,45% em comparação com as metodologias convencionais.
Considerando essa perspectiva, é crucial que essa metodologia seja integrada ao cotidiano educacional global. Por meio de atividades lúdicas, é possível alcançar resultados que efetivamente transformem hábitos e comportamentos individuais.
Aprendizagem prática e interativa
A aprendizagem dos conteúdos educacionais deixa de ser monótona e enfadonha, transformando-se em momentos divertidos e alegres.
Isso pode acontecer a partir da competitividade na busca por objetivos e conquistas envolvendo a preservação ambiental por meio de games, onde lições a respeito da sustentabilidade podem estar presentes.
Os alunos também podem participar de experiências, concursos e diversas atividades que os envolvam em tarefas interativas. Isso fomenta o espírito de equipe e a colaboração na busca por objetivos.
Desenvolvimento de habilidades críticas
A gamificação também colabora com o desenvolvimento de habilidades críticas, ou seja, contribuem para que se possa apresentar aos alunos as competências mais importantes para o sucesso e o crescimento das pessoas e organizações.
As ações envolvendo os jogos e atividades práticas permitem que as pessoas possam obter o conhecimento técnico a respeito do assunto em debate, porém, mais do que isso, a capacidade comportamental e cognitiva também é trabalhada.
Consequentemente, os resultados acabam se refletindo em:
- decisões eficazes,
- resolução de problemas,
- adaptação aos mais diversos desafios.
Estímulo a comportamentos sustentáveis
Um programa de gamificação eficaz incentiva os alunos a adotarem comportamentos sustentáveis.
Trabalhar bons conteúdos a partir de ações que envolvam os jovens e crianças acaba se refletindo em uma condição natural do ser humano, ou seja, a busca por melhorias constantes que contribuam com uma vida mais feliz e saudável.
Quando os indivíduos se veem como participantes ativos na sua realidade e acreditam que podem contribuir para o aprimoramento do seu ambiente, eles se empenham em transformar o presente em um futuro promissor. Dessa forma, os conceitos teóricos se materializam e se integram ao cotidiano da comunidade.
Acessibilidade e inclusão no aprendizado ambiental
Por fim, a gamificação permite a acessibilidade e a inclusão no aprendizado ambiental.
Acessibilidade significa tocar, desenvolver, compreender, validar e vivenciar o que pode acontecer com o mundo se nenhuma ação for tomada.
Com a utilização de jogos, montagens, competições e outras atividades que incentivem positivamente a aprendizagem ambiental, espera-se que o comportamento dos alunos demonstre essa assimilação, impactando suas famílias e os ambientes em que vivem.
Todos ganham a partir dessas ações, portanto, é hora de incentivarmos a produção de conteúdos, informações e jogos voltados ao meio ambiente, visando criar uma nova cultura em termos de cuidados com a natureza.
E por falar em educação, vale a pena conhecer nosso post que mostra que 52% dos brasileiros se preocupam com o meio ambiente: o que isso significa?
